quarta-feira, 3 de outubro de 2012


Minha vida corre por dias cada vez mais longínquos,
vejo-me em sonhos como um pássaro negro crepuscular, alimentando-se das sombras, dos desperdícios, dos destroços, do meu passado.
Hoje sei que desistir é apenas um caminho possível.
O sol, o vento o céu e o cheiro do mar são minha única companhia.
É assim que vou morrer, sem saber o sabor agridoce da mente,e da alma, como uma praia infinita de areia branca e águas transparentes.
Tenho pena desta minha existência, desta passagem pela vida, tão imperfeita, tão pouco tantas coisas e tantas outras.E de repente impaciento-me de esperar, de existir, de ser e vou-me embora e quando,daqui a nada, deixar o chão desta casa
encostarei amorosamente os lábios nas costas de minhas mãos para sentir o sabor do meu beijo trazendo medo a morte dentro do coração que foge atrás de um espelho, e lá estou eu tentando ver a vida de olhos claros translúcidos coloridos
como um vinho iluminado e a vontade de morrer morre.

Lya Darella Ramos.

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